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Câmbio elevado gera desancoragem e pressiona cenário fiscal – Leia Mais

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O cenário econômico brasileiro enfrenta um quadro de desancoragem do câmbio, com a volatilidade do dólar pressionando a inflação e o Banco Central (BC). Especialistas indicam que a falta de um plano fiscal consistente, aliada à insegurança política, afasta o capital estrangeiro e limita investimentos internos.

“O Focus diz muito sobre isso. Não há mais otimismo, apenas pessimismo”, destacou Jefferson Laatus, CEO do grupo Laatus em entrevista à BM&C News. Ele enfatizou que o país não está cumprindo suas regras fiscais, o que gera preocupações em relação ao futuro.

O Congresso, segundo o especialista, tem papel fundamental neste momento. A última semana de votações antes do recesso legislativo é decisiva para a aprovação de um plano de corte de gastos. “Se não votar o fiscal este ano, o investidor continua no escuro”, alertou Laatus . Contudo, ele pondera que mesmo o plano de corte atual “não resolve todos os problemas”.

Impacto no Mercado

O ambiente de incerteza, somado à saída de capital estrangeiro, reflete diretamente no mercado. “O câmbio pressionado acaba alimentando a inflação, o que obriga o BC a subir os juros e aumenta o endividamento do país”, afirmou o CEO do grupo Laatus. Esse cenário tem sido chamado de “tempestade perfeita”, em que os efeitos são interligados e agravam a situação fiscal.

As intervenções do Banco Central com Swaps cambiais também foram analisadas. Segundo o entrevistado, a repetição de atuações em regiões previsíveis “alimenta movimentos especulativos no mercado”. Para ele, o BC acaba oferecendo liquidez para players que se aproveitam dessas intervenções.

Fuga de Capital e o Papel da Renda Fixa

Outro ponto central discutido é a retirada de grandes investidores estrangeiros do mercado brasileiro. “O capital estrangeiro não está vindo. Pelo contrário, está saindo, e os investidores internos estão começando a investir fora do país”, ressaltou Laatus. A renda fixa, com sua alta atratividade devido aos juros elevados, também tem impactado a liquidez da Bolsa. “O Brasil é um país rentista. A renda fixa tem sido a opção mais segura em meio a esse cenário. Isso deixa a Bolsa em um marasmo, sem janelas para IPOs ou aumento de liquidez.”

A situação, segundo os especialistas, é estrutural e demanda medidas de longo prazo. “O problema não é agora, é daqui 5 ou 10 anos”, frisou. A curva longa de juros, que reflete as expectativas do mercado, “está empinada”, o que indica pessimismo sobre o cenário econômico e fiscal do Brasil. Se o país não conseguir demonstrar comprometimento com a estabilidade fiscal, a tendência é de continuidade na fuga de capital e de investimentos restritos ao curto prazo.

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